Ele costuma ser muito usado por empreendedores, investidores e todo gestor que deseja saber o prazo de recuperação do valor investido em um projeto. Sim, o famoso payback (“retorno”, em português) é um importante indicador de desempenho para qualquer negócio.
E para a indústria, ele é especialmente valioso, pois também pode ser calculado para identificar se a aquisição de uma máquina ou a reforma do chão de fábrica, por exemplo, dará o retorno esperado.
Para o consultor do Sebrae-SP, Wagner Paludetto, conhecer os custos dentro do setor industrial é fundamental. “Quem domina os custos da empresa garante que suas operações estarão sempre adequadas ao tipo de negócio, mantém a produtividade em níveis aceitáveis e reage adequadamente aos fatores de riscos e de oportunidades em seu segmento”, enfatiza.
Cabe ressaltar, também, que, mediante o cálculo do payback, é possível medir previamente o período para o retorno de determinada ação de forma técnica, e não apenas intuitiva, por feeling. Além disso, ele também é uma forma de acompanhar o investimento realizado a fim de verificar se tudo ocorreu conforme o projetado.
Como é feito o cálculo do payback?
O payback é definido pelo período de tempo que se leva para gerar um valor de caixa igual ao investimento realizado. A explicação pode até parecer complexa, mas o cálculo é simples.
Para chegar ao resultado, basta dividir o valor do investimento realizado pelo valor do lucro atual da empresa.
“Por exemplo: se o investimento necessário para se realizar determinado projeto é de R$ 100, e ele gera um caixa anual de R$ 20, o payback será 5. Isso significa que o investidor levará cinco anos para recuperar o investimento realizado”, exemplifica Rodrigo Leiria, consultor em plano de negócios, estratégia e finanças.
Pegando como base o exemplo citado, cabe ao gestor analisar cada resultado e fazer a seguinte pergunta: o payback está dentro dos parâmetros aceitáveis? Caso não esteja, e você não possa esperar cinco anos para obter o retorno total do valor investido, poderá tomar a decisão de descartar o projeto, antes mesmo que ele se inicie.
Vantagens e desvantagens do payback
Um dos principais fatores positivos do payback é a simplicidade do seu cálculo. “Por usar a unidade de tempo, diferentemente de outros indicadores, como valor Atual Líquido e Taxa Interna de Retorno, que utilizam unidades monetária e percentual, respectivamente, ele se torna mais simples”, destaca Leiria.
Apesar disso, Paludetto vê como uma desvantagem o fato de o método do payback não levar em conta pontos importantes da contabilidade da empresa. “Ele não avalia os fluxos de caixa gerados depois do ano de recuperação, tornando-se, assim, desaconselhável na avaliação de projetos de longa duração”, explica.
Vale lembrar que, em tempos de instabilidade, a utilização deste método é uma forma de aumentar a segurança na tomada de decisões e na avaliação de viabilidade e de risco dos projetos, o que é fundamental para a sustentabilidade dos negócios.
No entanto, o paypack oferece ao empresário elementos para embasar seu processo de tomada de decisões, uma vez que fornece uma métrica relacionada à viabilidade e ao risco dos projetos. Ele é um aliado na hora de realizar o planejamento de seus próximos passos e investimentos e, caso o empreendedor busque investidores ou financiamento para o seu negócio, o payback poderá ser um fator-chave para a prospecção de um parceiro.